terça-feira, 1 de maio de 2012

O que levar?

Fazer trekking consiste basicamente em caminhar, caminhar e caminhar. No nosso cotidiano caminhamos o tempo todo e, aparentemente, é necessário muito pouco para a prática dessa simples atividade. Mas não é bem assim. Existe uma imensidão de produtos para trekking que são absolutamente necessários e outros que provocam o impulso de consumo dos trekkers de primeira viagem. Esse encanto se reduz consideravelmente para a segunda trilha, quando se descobre que os lindos equipamentos precisam entrar todos na mochila, aumentam o peso a ser transportado e não têm tanta utilidade assim. Portanto, é muito importante que em nossa lista de compras constem apenas os itens realmente necessários e com a capacidade de proteção adequada para o tipo de trilha que se pretende percorrer.

De uma maneira geral, os equipamentos de treeking vendidos no Brasil não apresentam as características técnicas exigidas para um trekking de grau 3, como ao Acampamento Base do Everest, ou são ofertados por preços muito elevados. Em Porto Alegre, as alternativas são ainda mais restritas e comprar roupas, botas ou mochilas pela internet não me parece uma boa opção pois são itens que você precisa tocar, experimentar e vestir para verificar se o tamanho é correto, o conforto do uso, a qualidade e acabamento do material. Afinal de contas esse é o equipamento que se usa o tempo todo durante a viagem e eles precisam ser bons e confiáveis. Veja aqui uma lista dos equipamentos necessários para o trekking ao EBC.

Das dicas que recolhemos por aí, chegamos à conclusão de que é melhor comprar a maior parte do equipamento quando chegarmos a Kathmandu. Lá existem muitíssimas lojas de equipamentos para trekking e montanhismo (de surf não tem nenhuma!), com preços similares aos dos Estados Unidos para as marcas de referência como North Face e Mountain Hardwear, até pechinchas incríveis de itens produzidos localmente e na China que, aliás, faz divisa com o Nepal. Assim, contando com o auxílio do nosso guia sherpa, fica mais fácil selecionar o que comprar ou alugar.

Um item, entretanto, deve necessariamente ser levado daqui: as botas de trekking já amaciadas. Se os seus pés são as rodas, as botas são os pneus. Agora, imagine o suplício de ter que caminhar de 5 a 7 horas por dia, por 14 dias, percorrendo cerca de 130 km de aclives e declives irregulares, com botas apertadas ou que machucam seu pés. Diante dessa visão do inferno, resolvemos comprar nossas botas antecipadamente.
Optamos por pares de Timberland Chochorua Trail GTX , versões masculina e feminina, por serem impermeáveis, devido a membranaGore-Tex que deixa a água do lado de fora e permite que o pé respire, e possuírem design próprio para caminhadas longas em terrenos acidentados. Além disso, a existência de loja da marca em Porto Alegre permite que se possa experimentar as botas com tranquilidade e escolher o tipo e o tamanho mais adequado.


Nossas botas

Uma vez compradas as botas, a tarefa agora é amaciá-las. Assim, as estamos usando intensivamente sempre que possível, para que estejam prontas para a viagem.


Apesar de todas as considerações feitas nesse post, devo confessar que sucumbi à tentação e comprei um gadget para a viagem. Trata-se do relógio Suunto Core Extreme Edition Everest, que aparece a seguir.




"The difference between mens and boys is the price of their toys"
Meu novo brinquedinho, tecnicamente chamado de instrumento para esportes externos, além de mostrar as horas, possui altímetro até 9.000 metros (um pouco mais do que eu preciso), barômetro com alarme de tempestade e tendência climática, bússola, horário do nascer e por do sol em 400 localidades do planeta (onde se incluem o Everest e Porto Alegre!), termômetro e, pasmem, profundímetro! Melhor que isso, só o cinto do Batman.
O mais bacana de tudo é que a produção desse modelo foi limitada em 8.848 unidades, valor inspirado na altura do Monte Everest. Todos os relógios são numerados (o meu é o nº 7.808). A Edição Everest foi lançada em homenagem ao legendário montanhista Apa Sherpa (o relógio possui a sua assinatura na tampa traseira), quando ele bateu o record mundial de 20 escaladas ao topo do Everest em maio de 2010. Ah, não dava para resistir a essa compra, dava?



Olha só a fera aí.

Apa Sherpa no 20º Everest Summit
 

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