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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mas, para onde vamos?

Um bom planejamento é a chave de ouro para o sucesso de uma viagem.

Planejar qualquer viagem significa saber muito bem para onde se pretende ir, o que iremos encontrar lá, o que precisamos levar conosco, de que recursos vamos dispor e o que fazer caso ocorra algum imprevisto. Fazer isso quando se planeja ir, por exemplo, para Paris é uma coisa, mas quando se trata do Everest a coisa complica bastante.

Quando viajamos sempre fazemos o nosso próprio roteiro, reservas e outras providências, dispensando os serviços das empresas de viagem. Minha mulher é a nossa personal researcher e não conheço ninguém melhor do que ela para planejar viagens. A Karen tem a habilidade e a paciência de varar as madrugadas esquadrinhando a internet à busca de informações relevantes e úteis para nossas viagens, garimpando oportunidades e descobrindo lugares fantásticos e inesquecíveis.


Dessa vez não está sendo diferente e estamos em uma maratona para recolher e identificar todas as informações importantes e necessárias para quem pretende ir ao Everest. Nesse aspecto, a interação com os membros da comunidade do Trip Advisor (http://www.tripadvisor.com/) tem sido muito valiosa pois podemos coletar experiências e dicas de quem já foi até o ECB e evitar os erros de quem já os cometeu por nós. A cada dia sabemos um pouco mais para onde, realmente, estamos indo.
De tudo que já pesquisamos, uma coisa podemos afirmar: não estamos indo para a Disneylândia!



Seguro de Viagem

Schwarzer Yakbulle.JPG
Iaque do Himalaia (Yak)
A roda, uma das mais importantes invenções da humanidade, na região do Everest não possui qualquer utilidade, por mais incrível que isso possa parecer. Lá tudo se move sobre os pés ou patas.

Naquelas montanhas inexistem estradas e o iaque, uma espécie de búfalo de pelagem longa existentes no Himalaia, é o único meio de transporte terrestre pesado disponível, além de suas próprias pernas e do peso que você pode suportar carregando sua mochila. Claro, existem também os porters, dos quais falarei adiante, que, apesar de terem uma constituição física menor que a sua, conseguem carregar muito mais peso que você e por mais tempo.

Resumindo, da frota de veículos do Everest, os trekkers ocidentais não passam de um carrinho um ponto zero apanhando na subida!



Carregador (Porter)

Assim, os passos que você dá na ida, serão os passos que serão necessários para voltar. Portanto, em uma viagem como essa você precisa estar preparado para enfrentar muito mais imprevistos do que em uma viagem comum. Uma simples torção no tornozelo, ou pior, algum problema de saúde, ou pior, o mal das montanhas, podem deixar você em maus lençóis e, em alguns casos, por em risco a própria vida.

Tudo isso para dizer que uma viagem especial precisa de um seguro especial. Se você cogita fazer algo parecido algum dia, esqueça o seguro de viagem oferecido pelo seu cartão de crédito e contrate uma cobertura compatível com a sua aventura. Existem diversas seguradoras especializadas nisso, todas localizadas fora do Brasil (pelo menos nós não localizamos nenhuma aqui). Nos vilarejos ao longo da trilha ao Everest a infraestrutura médica é precária ou inexistente e as emergências somente podem ser atendidas por resgates de helicóptero, que podem custar entre 25 e 100 mil dólares. Portanto, se o seu pai não é um milionário, é muito recomendável que a sua apólice de seguro possua uma cláusula de cobertura específica sobre isso.

Muitas das seguradoras de aventura consultadas oferecem suas apólices para cidadãos de diversos países, mas não as oferecem para brasileiros. Talvez pensem que somos imortais ou que vivemos em constante aventura...

Felizmente encontramos a World Nomads (http://www.worldnomads.com/), com sede em Sydney, na Austrália, recomendada pelo Lonely Planet, Nat Geo Adventure, World Travel Guide e Rough Guides. Optamos pelo plano Explorer, com uma excelente cobertura para nós dois a um custo bastante adequado.



sexta-feira, 27 de abril de 2012

Corpo e Alma

A nossa aventura no Nepal vai durar vinte dias, quatorze dos quais serão destinados à caminhada de ida e volta ao Acampamento Base do Monte Everest.



Durante essas duas semanas planejamos percorrer, a pé, mais de cem quilômetros através de trilhas que nos levarão por regiões desprovidas de qualquer infraestrutura, como energia elétrica, água potável, comunicação ou acesso rodoviário. São previstas caminhadas com duração entre cinco e sete horas por dia em piso pedregoso e aclives acentuados.

Essas condições, por si só já são bastante desafiadoras. Como se não bastasse, somam-se a elas a variação da temperatura e, principalmente, a da altitude. Dos 1.400 m de Kathmandu até os 5.380 m do Campo Base do Everest o organismo humano é submetido à diversas adaptações metabólicas para sobreviver no ar rarefeito que, se não forem administradas adequadamente, podem resultar em sério risco à saúde e, até mesmo, à vida.

Eu e minha mulher somos seres urbanos, não temos o perfil de esportistas, nem nunca praticamos trekking. Nossa aventura será, portanto, uma trilha de descobertas, de superação e de respeito. Descoberta de capacidades e habilidades que, até então, desconheciamos. De superação de condições adversas e de medos que ainda nunca enfrentamos. De humildade e respeito à montanha e aos nossos reais limites pessoais.

Chegar até o Acampamento Base do Everest é um de nossos objetivos, mas não o principal. Queremos percorrer aquelas trilhas até onde os nossos limites permitam e retornar mais fortes, mais sábios e mais unidos.

Essa será uma caminhada para os nossos corpos e para as nossas almas.



quarta-feira, 25 de abril de 2012

Qatar Airways

Há um pouco mais de um ano, minha mulher descobriu em suas constantes pesquisas sobre viagens que a Qatar Airways vinha sendo considerada como a melhor empresa aérea do mundo e, sabe-se lá porque, resolveu cadastrar-se em seu site para receber as newsletters daquela companhia. A partir desse momento algumas coisas começaram a mudar.

Viajar é uma de nossas prioridades e, em nossas férias, sempre que possivel, quebramos o cofrinho, arrumamos nossas malas e partimos para algum lugar. Os países europeus são e continuarão sendo os nossos destinos favoritos, mas a Qatar Airways talvez tenha sido a responsável pelo inicio de uma nova fase da nossa descoberta do mundo: o turismo à lugares exóticos ou o turismo de aventura.

Explico. A Qatar Airways, com sede obviamente no Qatar, oferece a seus clientes muitos destinos para a Asia que, via de regra, encontram-se fora da rota dos tradicionais viajantes ocidentais. Além disso, de tempos em tempos a Qatar oferece algumas ótimas promoções que o fazem pensar: Pôxa, nunca pensei em ir para esse lugar, mas se eu não for agora, não vou mais! E vai.

Por esse motivo em 2011 passamos doze dias nas Maldivas em uma ilha paradisíaca de trezentos metros por sessenta metros (isso mesmo, metros), mergulhando com os tubarões, arraias manta e todas aquelas maravilhosas criaturas do mar, em uma perfeita integração com a natureza, realizando um sonho que era meu, mas que a Karen curtiu muito comigo.


Pois esse ano será ao contrário. Também cutucados pela Qatar, passaremos das profundezas do mar para as grandes altitudes dos picos nevados, para realizar um sonho da que a minha mulher sempre alimentou e que eu, antecipadamente, já estou curtindo adoidado.


Em resumo: recebemos um e-mail com as promoções da Qatar no dia 17 de abril, compramos os bilhetes dia 19 de abril e embarcaremos para Kathmandu em 18 de maio. Menos de um mês é o tempo que temos para planejar nossa expedição ao Everest, partindo do zero. Cool!



domingo, 22 de abril de 2012

Os primeiros passos

Estamos nos preparando para uma longa caminhada. Creio que será a mais longa caminhada que já fizemos até hoje e, também, a mais desafiadora em nossas vidas.


Escalar o Everest (ou parte dele) sempre foi um grande sonho da Karen, minha querida mulher e grande parceira de viagens.


Quando assistíamos juntos os documentários e filmes sobre o Everest, confesso que eu não conseguia entender perfeitamente o que se passava na cabeça daquelas pessoas que arriscavam suas vidas para chegar ao cume. Aquilo parecia quase irracional. Mas, bastava olhar para o lado e ver a Karen com os olhos brilhando para a tela e com aquela expressão de "Um dia iremos ao Everest!", para eu ter a certeza de que esse era mais um sonho que, um dia, se realizaria.


Pois bem, esse dia está chegando. Vamos para o Everest. E, acreditem, estou tão empolgado pelo desafio quanto ela, pode? Bem, não pretendemos chegar ao topo, mas subir a dois terços da montanha mais alta do mundo, até o Acampamento Base que fica a 5.380 m do nível do mar, o que já será uma bela e inesquecível aventura. Assista um pouco do que virá pela frente.


Criamos esse blog para registrar nossa experiência e a compartilhar com aqueles que se interessem pelo tema.

Esperamos que você goste!