Deixamos o hotel às quatro e meia, sem direito ao café da manhã, como forma de escaparmos dos piquetes dos grevistas. Como chegamos muito cedo, ficamos assistindo ao movimento do pessoal que chegava para viajar nos vôos domésticos. É bastante curioso.
Fomos para o balcão da Tara Air (só o nome já preocupa!) e retiramos nossos bilhetes aéreos.
Na hora de entrar para a sala de embarque coloquei minha mochila no aparelho de RX e logo saíram uns dois ou três funcionários da segurança gritando small knife!, small kniffe! Só aí é que eu fui me dar conta da minha mancada. Guardei meu canivete na mochila, ao invés de despachá-lo com a bagagem. Ele era um "tipo canivete suíço, entende?". Era, porque tive ele confiscado pelas autoridades locais.
Olhei para a sala de embarque e vi a Karen e o Kalu espiando o que estava acontecendo comigo? Deixei meu canivete xing ling para trás e entrei para o embarque. Essa já não é a primeira vez que perco algo assim. Já tive um cortador de unhas confiscado. Acho que tenho alguma compulsão em testar o sistema de segurança dos aeroportos.
Olhei para a sala de embarque e vi a Karen e o Kalu espiando o que estava acontecendo comigo? Deixei meu canivete xing ling para trás e entrei para o embarque. Essa já não é a primeira vez que perco algo assim. Já tive um cortador de unhas confiscado. Acho que tenho alguma compulsão em testar o sistema de segurança dos aeroportos.
O tempo de vôo de Kathmandu a Lukla (2800m) é de 40 minutos. Antes da decolagem a aeromoça passa distribuindo balinhas e chumaços de algodão para os passageiros colocarem nos ouvidos, devido ao ruído dos motores. Serviço nota 10.
Aeronave sendo abastecida |
Quando decolamos do aeroporto foi possível apreciar a cordillheira Langtang, ao norte de Kathmandu e que faz fronteira com o Tibete. A região de Langtang está protegida por um parque nacional e inclui diversas montanhas de grande altitude, como o Langtang Lirung (7246m). Essa cordilheira emoldura, ao fundo, o Vale de Kathmandu, que foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1979.
Durante o percurso, apesar do céu estar um pouco nublado, também pudemos ver Gauri Shankar (7134m) e Menlungtse (7181m) que são particularmente notáveis por se constituirem nas duas montanhas mais altas da região centro-leste do Himalaia, chamada de Rolwaling Himal. Minha atenção com o Gauri Shankar deve-se ao fato que ele se situa ao nordeste de Kathmandu, diretamente na direção do Monte Everest, o qual procuramos enxergar pela primeira vez sem muito sucesso.
Aos poucos fomos nos aproximando da região de Khumbu, também conhecida como a Região do Everest, destino de nossa aventura. Olhando pelas janelas do avião só o que se vê são paredões de montanhas a poucos metros das asas. Por estar voando no topo do vale correntes fortes de ar deslocam o avião, o que dá mais um tempero à coisa. Finalmente o avião começa a mergulhar no meio das montanhas, muito próximo a elas, no prenuncio da primeira aventura emocionante programada: o pouso no aeroporto de Lukla!
O aeroporto Tenzing-Hillary permite a operação de pequenos bimotores e helicópteros que fazem a ligação Kathmandu-Lukla. Bastante movimentado, opera voos diurnos que pousam e decolam freneticamente em sua única e curta pista de 350 m de comprimento por 20 m de largura, que possui inclinação de 12 graus, o que facilita a frenagem das aeronaves que chegam lomba acima, bem como a aceleração das que partem lomba abaixo (que termina num abismo de 700 metros).
Hoje o clima em Lukla estava ótimo e o pouso foi suave, mesmo assim o frio que sentimos na barriga foi um misto de emoção e de medo mesmo! Não queria pensar no acidente aéreo que aconteceu em Jomson, na semana passada, mas não tinha como esquecer. Os pilotos dessa linha são muito loucos!
Essa pistinha encravada no meio das montanhas, somada a chuvas frequentes, fortes ventos e mudanças bruscas da visibilidade podem atrasar muitos voos ou mesmo fechar o aeroporto completamente, e já provocaram diversos acidentes fatais. Por todos esses motivos, o Aeroporto de Lukla mereceu um programa chamado Most Extreme Airports, transmitido pelo The History Channel em 2010, recebendo a classificação do aeroporto mais perigoso do mundo. Então, não é emocionante pousar aqui?
Assistam ao vídeo e vejam do que estamos falando.
GRANDE AVENTURA!!!É muito bom poder acompanha-los.Parabéns pela coragem.
ResponderExcluirEsse aeroporto é pior que a rodoviária daqui! Heheheh
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