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sábado, 26 de maio de 2012

25 de maio de 2012: Thyangboche a Pheriche

Acordamos cedo para participar da cerimonia budista dos monges no Monastétio de Thyangboche, às seis da manhã.

Na cerimônia apresentamos um lenço branco ao Lama, como forma de saudação, como manda a tradição tibetana. Essa echarpe de seda chama-se “katak” e significa a pureza da nossa intenção. O Lama, por sua vez, retribui o gesto colocando a echarpe recebida em nossos pescoços.

Não é, de forma alguma, um ritual obrigatório mas é um costume simpático e uma ocasião de ter um contacto mais próximo com o Lama. Os katak devem ser dispostos em lugares altos e limpos. Escolhemos colocá-los no Acampamento Base do Everest quando chegarmos lá.

Na saída do Mosteiro tivemos a oportunidade de ver as pegadas do Lama Sange Dorje deixadas na pedra.

Voltamos para o lodge para um rápido café da manhã e imediatamente partimos para o trek de Thyangboche para Periche (4240 m). Hoje devemos romper a fronteira dos 4000 metros de altitude.

Na saída da cidade o cenário pela manhá é bucólico. O mosteiro, os campos e as montanhas como pano de fundo.




Saindo da cidade, descemos por uma linda floresta coberta de Rhodendron, a flor oficial do Nepal, numa declive de nível agradável.




Uma coisa interessante é que quando trekkers, alpinistas, guias, porters, e as pessoas que vivem nas montanhas se cruzam nas trilhas, inevitavelmente trocam um namaste, hello, hi, good morning ou um how are you, seguido de um sorriso de cumplicidade, como se todos, cada um a seu modo, fizessem parte de uma grande conspiração para conquistar a montanha. Conquistar e não vencer, pois uma montanha do Nepal é invencível. Ela pode deixar alguém conquistá-la diversas vezes, mas se estiver de maus bofes, pode vir a matá-lo impiedosamente.

No caminho, um cachorro preto, que chamamos de Dog, se incorporou à nossa expedição por um bom trecho da viagem, depois desapareceu. Boa companhia o Dog!

Passamos por Deboche e continuamos descendo até cruzarmos uma ponte sobre um tortuoso rio para dar início à subida em outra montanha. Emoldurando a paisagem tinhamos o Ama Dablam (6812 m), e o Kantega (6770 m).





Almoçamos em Pangboche com seus campos de plantações de batatas.




Continuamos a subida íngreme pela montanha deTsuro Kharka quando atingimos a marca dos 4000 metros de altitude,





Após uma longa caminhada observamos as falésias do lado sul do Lhotse até chegar a uma bifurcação que à direita leva a Dingboche e à esquerda para Periche, nosso destino de hoje. Aos poucos a paisagem vai se transformando e a floresta vai cedendo espaço para o ambiente inóspito das montanhas.




Prosseguimos subindo para cruzar o cume chamado Pheriche Pass de onde podemos avistar, pela primeira vez o pequeno vilarejo de Pheriche, a 4240 metros de altitude, e que terminamos alcançando após cruzarmos uma ponte de madeira sobre um córrego formado pelo degelo da Geleira Khumbu.




Foi uma escala difícil e cansativa desde Thyangboche e que durou quase dez horas, onde ganhamos apenas mais 300 metros de altitude. Um prenúncio de que daqui para frente as coisas irão ficando sucessivamente mais difíceis, seja pela precariedade da infra estrutura, seja pelas trilhas cada vez mais rústicas, seja pela altitude e o oxigênio rarefeito,

Nos hospedamos num Lodge até que bem bonitinho, mas o dono era de uma antipatia atroz, destoando do atendimento acolhedor que vinhamos recebendo até então.

O quarto seguia o padrão da região, com o diferencial de ter banheiro no quarto, sem chuveiro, é claro, mas mesmo assim um luxo. Quer dizer, seria um luxo se a descarga funcionasse e se a pia não inundasse o chão quando a torneira era aberta. Fui reclamar para o dono e ele nem levantou os olhos para mim ou esboçou qualquer intenção em arrumar o banheiro ou nos trocar de quarto.

Comemos uma comida ruim e desabamos na cama de cansaço dormindo até o outro dia.




Obs: Durante o passeio, a qualquer momento, clique Pause nos controles da parte inferior do mapa. Então, para dar uma olhada na paisagem em volta, use os comandos à direita. Para continuar a trilha, basta clicar no Play


Um comentário:

  1. O Elmer não gostou muito dessa história do Dog... E eu fiquei louca pra conhecer Deboche! Hehehe

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