
Dentro de uma semana, a essa hora, estaremos dormindo nossa segunda noite em Kathmandu para depois, pela manhã, partir para Lukla. Estaremos no Nepal, o que me inspira a escrever um pouco sobre ele nesse post.
O Nepal é um país do sul da Ásia, encravado na cordilheira do Himalaia. Suas fronteiras encontram ao norte a China (na verdade, o Tibete) e ao leste, sul e oeste a Índia, sendo um país sem costa marítima, o que talvez explique a rara presença de surfistas naquelas paragens. Em compensação, é costeado pelas altas montanhas do Himalaia, com vários picos de mais de 6 000 metros de altitude, destacando-se, entre estes, o Monte Everest, o ponto mais alto da Terra.
O Nepal é conhecido como "o topo do mundo".

Isso me faz lembrar a primeira viagem que fiz ao Canadá, em 1986. Em Toronto, fui visitar a CN Tower que, com seus 553m de altura, figura como a maior torre do mundo. Além de servir à finalidade de telecomunicações, a torre concentra uma grande estrutura de entretenimento, onde se destaca o SkyPad aos 447m, que é o ponto de observação mais elevado com acesso permitido aos turistas, e onde se chega através de um elevador ultra-rápido. No SkyPad, além de apreciar a belíssima vista, você ganha uma carteirinha personalizada de "cidadão do topo do mundo". Quando ganhei a minha achei aquilo uma coisa muito importante e a guardei como uma espécie de troféu, sem nunca imaginar que, um dia, eu e minha mulher faríamos uma viagem ao verdadeiro topo do mundo: o Everest (só que sem elevador ultra-rápido e todo o conforto que o Canadá dispõe).
Mas, voltando ao foco desse post, o Nepal tem 147.181 km2 de superfície e seu tamanho contrasta com uma superpopulação estimada entre 27 milhões de habitantes, fazendo com que tenha uma das maiores densidades demográficas do continente, com 153 habitantes por quilômetro quadrado.
Seu território pode ser dividido em três regiões geográficas distintas: o Terai ao sul, com altitudes entre 400 e 1000 metros, geográfica e culturalmente semelhante à Índia; a região dos Vales, com altitudes entre 1 000 e 2 000 metros, onde está a capital Kathmandu e Pokhara; e a região do Himalaia, com altitudes superiores a 2 000 metros. A população nepalesa é composta de 12 etnias, que convivem harmoniosamente, sendo que a maior parte da população vive em vilas nas montanhas.
A influência indiana, cada vez mais forte, em pouco tempo originou uma sociedade de castas fortemente indianizada. O Hinduísmo é a religião praticada pela maioria das pessoas. O Budismo, apesar da minoria religiosa no país, está ligada historicamente ao Nepal. Muitos nepaleses não fazem distinção sobre o Hinduísmo e o Budismo e seguem ambas as tradições num sincretismo semelhante ao praticado na Bahia, onde o catolicismo e as religiões de origem africana, de alguma forma se fundem na crença das pessoas.
O Nepal é uma nação pobre, com uma economia baseada na agricultura e no turismo. A agricultura emprega 90% da mão de obra, tornando o país grande fornecedor de arroz para a região.
Em vez de construção de estradas, conter a erosão do solo há séculos tem sido a principal ocupação dos governantes, sendo que o sistema de terraços usados na irrigação do arroz é um desafio aos meios usados no ocidente para conter o mesmo tipo de erosão.
Em função dessa opção, o Nepal permanece isolado das principais rotas rodoviárias, ferroviárias, terrestres fluviais e aéreas com o resto do mundo. No país a situação da aviação, apesar de precária, é a que está em melhor estado, com 48 aeroportos, dez deles com pistas pavimentadas; os vôos em pequenas aeronaves são freqüentes e suportam um tráfego considerável estando, alguns deles, entre os mais perigosos aeroportos do mundo. O terreno montanhoso no norte, e que representa dois terços do país, faz com que a construção de estradas e outras infra-estruturas sejam difíceis e caras. Existem um pouco mais de 8.500 km de estradas pavimentadas e uma linha ferroviária de 59 km no sul. Há apenas uma rota rodoviária confiável da Índia para o Vale de Katmandu.
O turismo cresce desde que a democracia foi restaurada, em 1990, ajudado pela abolição das restrições a estrangeiros em 18 áreas, a noroeste do país. Lumbini - a terra natal de Buda - e a cidade-lago de Pokhara estão entre as principais atrações. Essas cidades têm grande importância para o turismo, sendo reconhecidas pela UNESCO devido ao valor histórico e ao acervo monumental que possuem. Além disso, o segmento de turismo de aventura atrai cada vez mais turistas do mundo inteiro para suas rotas de trekking e de escalada.
O país conta com uma das maiores diversidades de flora do planeta. A presença de grandes altitudes, o clima e o solo da região dentro de uma pequena extensão gerou esta diversidade. É estimada a existência de aproximadamente 7000 espécies plantas floríferas no Nepal e aproximadamente 5% delas não nascem em outras regiões do mundo. O rododrendon é a flor nacional do Nepal.
Em nossa trilha até o Acampamento Base do Everest, vamos passar por dentro da Rhododrendon Forest, que oferece paisagens magníficas como essa.
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Rhodrodendon Forest, Nepal |
Queridos Sergio e Karen, achei o máximo esse projeto de vocês. Quero muito seguir junto a viagem. Beijão e boa sorte.
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