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domingo, 3 de junho de 2012

De volta à Kathmandu.

O dia amanheceu radiante. Céu de brigadeiro. Nada a ver com os dias anteriores. As pessoas mostravam-se surpresas com a brusca melhoria do tempo. Hoje é o dia em que o nosso vôo de Lukla para Kathmandu está programado. Aeroporto aberto, aberto.

Chegamos no saguão do aeroporto às seis da manhã. O locar estava fervilhante de pessoas e o chão coberto de mochilas e dos equipamentos das expedições, que se acumularam por dias. Somente os iaques não estavam lá dentro. Todos querendo embarcar nos vôos extras colocados pelas companhias aéreas.


Como tínhamos reconfirmado nossos bilhetes para esse dia, tínhamos assento garantido nos vôos regulares. Não chegamos a ir para a Sala Vip, mas fomos passando e deixando para trás aquela turba de trekkers, climbers e summiters desesperados por um lugar no vôo.



Na hora marcada nosso avião decolava do aeroporto mais perigoso do mundo, com destino a Kathmandu. Mais um ponto para o nosso Anjo da Guarda!

De forma geral o nosso vôo foi tranquilo. Quando a aeronave subiu mais alto que as montanhas, as correntes ascendentes de ar deram uma chacoalhada no avião. O Kalu que estava sentado na mesma fila que nós, do outro lado do corredor, estendeu o seu braço e pegou na minha mão. Olhei para o seu rosto e ele estava branco. Em um instante a turbulência passou e ele se recostou na poltrona tentando relaxar.

 


Chegando em Kathmandu, o calor e a poeira, a confusão do trânsito, buzinas, pessoas por todas as partes, vacas paradas no meio da rua, carros, riquixás, tuc-tucs e um bilhão de motonetas nos deu saudades da paz e do silêncio solene das montanhas.


Essa sensação perdurou até chegarmos no nosso quarto do Hotel Tibet International, onde a tranquilidade e o conforto ocidental (jacuzzi included) tomaram conta de nossos pensamentos.

Pela primeira vez em mais de duas semanas, trocamos nossas heróicas botas de trekking por prosaicos pares de tênis. Retirar aquelas botas surradas dos pés simbolizavam o final de algo grandioso. Para nós, elas passaram a representar uma espécie de troféu. As botas que nos levaram ao Everest!

Antes do almoço fomos ao Spa do Hotel, onde recebemos a Trekkers Recovery Massage. Revigorados, almoçamos e retornamos ao quarto para uma merecida e preguiçosa siesta ( durante o trekking tentamos explicar ao Kalu sobre a siesta nos países de influência ibérica, na esperança de adotá-la após o almoço entre nossas caminhadas, mas não colou...).

À noite convidamos o Kalu e o Sonam para jantar conosco no Hotel (sim, o Sonam deu um jeito de ir também para Kathmandu com a gente). Foi um jantar muito agradável, com um triste gostinho de despedida.

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